VIDROS - uma pesquisa
Celso Costa Evangelista Hamilton
Britto
Neste trabalho, buscamos abordar as características do vidro como um
material imprescindível no cotidiano, nas artes e na tecnologia de fabricação.
Adicionalmente, procuramos definií-lo enquanto derivado industrial e
examinamos brevemente os aspectos teóricos dos métodos de fabricação, suas
propriedades e funções. Finalmente, abordamos as suas aplicações
1.
TIPOS DE VIDRO
1.1
GRUPOS QUÍMICOS
O componente básico do vidro
de soda-cal é a sílica, entretanto, o problema de fabricação tem,
historicamente, levado a introdução de outros materiais para facilitar a
produção e melhorar a qualidade. Considerando o número de materiais disponíveis
e necessários para fabricação do vidro, podemos constatar que são inúmeros os
tipos de vidro que podem ser fabricados, com composições e desempenhos muito
variáveis. No entanto, os vidros mais usados encontram-se em cinco grupos químicos:
1.1.1-
Vidros de Soda-Cal- São os vidros mais comuns, usados no vidro plano, lâmpadas,
recipientes, etc.. Significativamente, a família de soda-cal é a usada no
desenvolvimento do processo “flat”.
1.1.2
Vidros de Sílica Fundida ou Quartzo- Esses incluem o único componente do vidro realmente
importante, sendo caracterizado por altas temperaturas de fusão e trabalho; um
coeficiente de .expansão térmico baixo (resistente ao choque térmico), e alta
resistência química. O seu alto ponto de fusão o torna caro e difícil de
produzir como um vidro derretido primário. Os vidros dessa família são
aplicados em laboratórios de alta tecnologia.
1.1.3
Vidros de Boros silicato- Esses vidros são muito resistentes à corrosão química
e tem um coeficiente de expansão térmica baixo, um terço do coeficiente do
vidro de soda-cal (ainda que seis vezes o da sílica fundida). Esta família de
vidros tem uma enorme gama de usos: utensílios domésticos (Pirex), de
laboratórios, lâmpadas e ainda é usado em vidros resistentes ao fogo aumentando
a resistência ao impacto e baixando o coeficiente de expansão.
1.1.4
Vidros de Chumbo- É um vidro com baixas temperaturas de fusão e trabalho,
possui um alto índice de retratilidade e densidade. A quantidade de óxido de
chumbo pode variar muito (até três vezes), e vidros com alto teor de chumbo
(onde o óxido de chumbo compreende até 80% do total) são usados como protetores
de radiação.
1.1.5
Vidros de Silicato de Alumínio- Compreende mais de 50% de sílica, o alumínio,
contudo, nesses vidros é dez vezes maior do que nos de soda-cal. O óxido de
boro também está presente e o vidro resultante tem uma grande durabilidade
química.
1.1.6
Vidros Temperados: é uma das duas maneiras geralmente usada para melhorar a
resistência do vidro, ao mesmo tempo alterando as suas características de
quebra; uma distinção é geralmente feita entre o temperado (totalmente
temperado) e o sem têmpera. O temperado é necessário para reforçar o produto; o
sem têmpera é usado para aumentar a resistência ao esforço térmico.
1.2
PRODUTOS DO VIDRO PLANO
São as principais vantagens do uso do vidro plano sozinho:
1- Segurança: o vidro numa vidraça
quebrada permanecerá preso à camada de PVB, minimizando o risco de danos e
ferimentos;
2- Garantia: vidros laminados podem
proporcionar resistência a ataques armados ou explosões. Podem ser produzidos;
com camadas de 100 mm ou mais.
3- Redução Sonora: A camada elástica de
PVB proporciona um efeito de amortecimento na pressão das ondas sonoras.
4 Trabalhabilidade: vidros laminados
podem ser cortados no tamanho depois da manufatura, o que torna muito
conveniente para serem usados como acessórios de segurança, onde o tamanho das
esquadrias pode variar.
Estendem-se desde os simples vidros
de segurança até complexos sistemas de múltiplas camadas e na combinação de
vidros e plásticos, formam um grupo extremamente importante. O princípio básico
por trás do uso do vidro laminado é a combinação do vidro rígido e durável, mas
quebradiço, com as propriedades elásticas do plástico.
O seu sucesso deve-se a técnica de
fabricação convencional envolvendo o uso de uma folha de polivinil butiral
(PVB) que é colocado entre duas camadas de vidro, comprimido e então colocado
sob alta pressão (120 lib./s) e em alta temperatura (140ºC) por cerca quatro
horas; transformando o PVB numa camada adesiva clara e dura. Uma grande gama de
produtos está disponível e a técnica proporciona um campo de ação para a
criação, mas o produto mais simples é a folha padrão de 6.4mm, compreendendo
duas folhas de vidro de 3 mm e uma subcamada de 0.4mm de PVB.
Uma gama adicional secundária de
características de desempenho pode ser introduzida pelo uso de subcamadas
tingidas que o transforma num produto laminado absorvente de calor. Enquanto a
laminação com PVB é a mais convencionalmente usada, o sucesso de produtos
fabricados com combinação de camadas estende-se ao uso de outras técnicas e
materiais. Os vidros com lâmina distinguem-se dos vidros planos pelo método de
fabricação e não pelos materiais empregados. Apesar disso esta é uma importante
família a ser considerada, envolvendo a modificação de uma ou
ambas as
superfícies durante o processo de laminação. Compreendem um grupo de vidros no
qual a natureza da transparência é alterada: distorções na superfície alteram o
padrão de transmissão da radiação por refração, e resulta em visuais. O
desenvolvimento recente no desenho e na fabricação de padrões abriu uma nova
linha de produtos.
1.2.1
Vidros com Lâminas (Impressos)
1.2.1.1
Vidro Natural- Produto laminado com ou sem uma forma padrão, produzido pelo
processo de laminação simples porque são visualmente planos, superfícies
paralelas não são exigidas. O padrão se existe um, aparece somente em uma
superfície.
1.2.1.2
Vidro Ornamental: Categoria que cobre o grupo de vidros desenhados para
escurecer tanto para efeito decorativo como para alta dispersão e redução do
brilho ofuscante.
1.2.1.3
Vidro “Greenhouse”- Essa é uma forma mais precisa, com uma superfície
especialmente desenhada para dispersar, eventualmente, a radiação solar.
1.2.1.4
Vidro Aramado- Usa métodos de laminação para implantar uma malha de arame no
vidro com a finalidade de sustentá-lo em caso de quebra, por dano mecânico ou
fogo. Pode ser natural ou polido. Tradicionalmente vidros aramados são
utilizados no projeto de edifícios, produto conveniente para locais de risco.
1.2.1.5
– Vidro Antigo- Grupo que compreende vidros fabricados pelos métodos de sopro,
desenho ou outro qualquer, mantém vivo os velhos métodos de produção na arte de
fazer vidros.
1.2.1.6-
Vidro Anti-reflexivo: A reflexão da luz perpendicular à superfície do vidro é
de cerca de 4% (quatro por cento) e aumenta à medida em que o ângulo torna-se
oblíquo. A necessidade de visão direta através de um vidro pela reflexão na
superfície é usualmente utilizada em vidros de gravuras. Existem, entretanto,
muitas aplicações onde essa visualização é vantajosa ou essencial como em
lentes e nos processos óticos.
1.2.2
Vidros Temperados:
Uma maneira geralmente usada para
melhorar a resistência do vidro que altera suas características de resistência;
existe uma diferença feita entre o
temperado (totalmente temperado) e o sem têmpera. O temperado é necessário para
reforçar o produto; o sem têmpera é usado para aumentar a resistência ao
esforço térmico.
O processo de temperamento envolve o
aquecimento e rápido apagamento do vidro. A temperatura atingida é em torno de
150ºC acima da temperatura de transformação, então o vidro é transformado em plástico.
O resfriamento torna a superfície solida, enquanto o interior do vidro continua
esfriando e contraindo-se. À medida que o interior continua a contrair, ele
coloca a zona superficial em compressão, e é estendido em tensão. Num material
típico 60% da parte interior estão em tensão, e a parte superficial,
correspondendo a 20% em cada lado está em compressão. Um vidro produzido nesse
estado exibe a característica de quando quebrado fragmenta-se em pequenos
pedaços, comparativamente seguro, sem bordas pontiagudas.
Vidros temperados podem ser produzidos
com uma resistência à flambagem quatro a cinco vezes maiores do que um vidro
não temperado. A decisão de especificar esse tipo de vidro deve levar em
consideração a necessidade de um produto forte com o desejo de criar um produto
seguro. O termo vidro seguro deve ser usado com precaução. A propriedade do
vidro temperado que o faz parecer seguro é que quando quebrado as bordas dos
pedaços são arredondadas e as dimensões deles são pequenas.
Todos os vidros planos incluindo os
vidros de boros silicato podem ser temperados. O processo sem dúvida transforma
o vidro num produto superior em termos de resistência que tem a desvantagem de
não poder ser trabalhado (cortado, polido, perfurado) depois do processo de
têmpera e deve ser cuidadosamente trabalhado antes do processo.
1.2.3
Vidros Quimicamente Reforçados
São produzidos substituindo íons
pequenos da zona superficial do vidro por íons grandes, comprimindo a
superfície como nos vidros temperados. O processo é muito lento e mais indicado
para vidros muito finos que não podem ou são muito difíceis de serem
temperados. Usado em lentes ópticas reforçadas e lâmpadas elétricas.
1.2.3.1
Vidro Aramado- Uma malha ou filamentos de aço na camada interior é colocada
para dar mais segurança ao vidro.
1.2.3.2
Vidros com Alarme- Uma fiação é incorporada na camada interior e conectada ao
circuito elétrico do alarme que dispara o alarme quando quebrado.
Alternativamente, uma camada condutiva pode ser usada.
1.2.3.3
Vidros Temperados- A técnica de produzir camadas temperadas já foi descrita,
mas um método alternativo usa elementos aramados muito finos na camada
intermediária.
•1.2.3.4
Vidros com Superfície Selada- Análogo ao reforço químico, mas totalmente
diferente na intenção e nos materiais, é uma processo novo que modifica
quimicamente a superfície do vidro e aumenta a durabilidade às intempéries.
1.3
SISTEMAS DE VIDROS COMPOSTOS (Laminados)
A laminação é baseada no princípio da
combinação de finas camadas de material unidas para proporcionar um produto com
as propriedades e vantagens de um material, para servir a determinado processo.
Entretanto, a combinação de propriedades é melhor obtida na composição de
sistemas de vidros, na qual o vidro fornece um anteparo exterior durável para
um interior desenhado para um fim específico.
1.3.1
Envidraçado Múltiplo- A forma mais simples e mais usada de reunir uma unidade
de envidraçado múltiplo é usualmente presente através do vidro duplo e triplo.
Pelo simples recurso de capturar uma fina fatia de ar seco, com uma
condutividade térmica entre duas folhas de vidro, o valor da transmissão
térmica de uma janela pode ser reduzido de. O uso de vidros tingidos, camadas e
de gases na cavidade que tem um desempenho melhor que o ar, tem habilitado o
vidro duplo a ser produzido com espessura equivalente a uma parede dupla de tijolos.
Os maiores problemas de desempenho são físicos, relacionados com a manutenção
do ar seco propriamente selado na cavidade.
1.3.2
Envidraçado com Cavidade Difusora- A difusão pode ser proporcionada num vidro
por vários meios: opalizando , gravando, modificando a superfície, ou introduzindo
uma camada difusora num vidro laminado. Dispositivos mais eficientes usam a
cavidade de um vidro múltiplo para proporcionar a difusão da luz, isolamento
térmico e absorção do som.
1.3.3
Envidraçado À Prova de Fogo- Vidros de boros silicato, pré-reforçados,
temperados podem manter a sua integridade por até duas horas ou mais, havendo a
desvantagem de se tornarem extremamente quentes em caso de fogo, possivelmente
causando ignição no lado onde não existia fogo. Podem, assim, conter um
incêndio nos termos dos gases, de ações das chamas, mas apresentam na
superfície, do outro lado, com 800ºC, ao mesmo tempo quente e deformada. Isso
os torna inutilizáveis como rota de escape no outro lado do vidro.
Materiais como esse, com vidros de boros
silicato, que suportam a temperatura enquanto fica muito quente, tem
revolucionado a arquitetura de transparência numa época que a preocupação com a
segurança é grande.
1.3.4
Envidraçado com Refração na Cavidade- A injeção de uma placa moldada de
acrílico, com espessura de 10 mm ou mais, formado para ser plano de um lado e
compreender prismas paralelos lineares no outro lado, é colocado na cavidade do
vidro duplo. Um conjunto de faces de prismas é capeado com um filme fino de
alumínio, para dar ao material que transmite a luz ofuscante um conjunto de
direções, mas reflete essa luz ofuscante para uma direção mais ou menos
perpendicular. Dando ângulos e profundidades diferentes ao prisma esse sistema
motiva um leque de produtos conhecidos como protetores solares ou direcionadores
de luz.
O sistema total não é transparente no
senso normal; tem o efeito de cortar a imagem transmitida em fatias.
Entretanto, é muito eficiente em redirecionar a luz assim como sendo um exemplo
iluminador do uso das propriedades do vidro, durável e forte, e do acrílico,
muito claro e leve. A tecnologia de capeamento com filme fino é usada nesse
produto num componente plástico
1.3.5
Envidraçado com Vácuo- A dificuldade em manter o vácuo na fabricação e das
camadas resistirem ao processo em direção ao outro resultando da diferença de
pressão entre a pressão atmosférica exterior e o vácuo total ou parcial na
cavidade. Para melhorar a resistividade térmica dos produtos envidraçados é de
grande importância e o vidro de baixa emissividade tem ajudado muito nesse
empreendimento. Entretanto, a ideia de evacuar a cavidade é um acessório óbvio
para qualquer sistema de baixa transmissão, desde que ele iniba ou previna
condução e conversão do calor através da cavidade.
2.
PROPRIEDADES E FUNÇÕES DO VIDRO
2.1
TRANSMISSÃO DA LUZ
A capacidade de transmitir radiação,
em geral, e luz visível, em particular, dá ao vidro uma direção única. A
transmissão da luz tem sido descrito nos termos de teoria de ondas ou
partículas, desse modo tem sido continuamente enriquecida desde que James
Clerck Maxwel desenvolveu a teoria da radiação eletromagnética em 1864.
2.1.2
A Transmissão de Luz do Vidro - A transparência é um fenômeno complexo. A
natureza da luz e a variação na transmissão e absorção experimentada por
materiais diferentes dão aos diferentes vidros seus desempenhos e usos. Um
vidro típico tem um coeficiente de transmissão de 60 a 80% entre 400 e 2500nm.
Os vidros coloridos ou tingidos têm uma aparência e desempenho derivando de
graus diferentes de absorção e transmissão fornecidos por elementos químicos no
derretimento.
2.2
ÍNDICE DE REFRAÇÃO
A medida da quantidade de luz que é
“flexionada” quando passa através do vidro é constante para os vidros: 1,52
para os vidros de soda-cal, e varia de 1,47 para os vidros de boros silicato a
1,56 para os vidros de chumbo. O índice de refração para o vidro varia de
acordo com o comprimento de onda da radiação considerada e o índice de todos. Os
vidros diminuem com o aumento do comprimento de onda. O índice de refração é
mais importante para o uso óptico.
2.3
PROPRIEDADES TÉRMICAS
Temperatura máxima de trabalho, calor específico; condutividade, expansão
e transmissão térmica determinam o desempenho mecânico do vidro como um produto
de uma fusão e como um material naturalmente quebradiço.
2.3.1
Pontos de Temperatura- Os pontos de temperatura estão relacionados com as
viscosidades exibidas.
·
Amolecimento-
Nessa temperatura o vidro funde imediatamente sob carga, e é importante para o
processo de fabricação.
·
Recozimento-
É o ponto sobre o qual a tensão do vidro é aliviada rapidamente.
·
Tensão- É a temperatura sobre a qual é
liberada a tensão e o fluxo começa a ter efeito, é a temperatura efetiva de
trabalho.
2.3.2
Calor Específico- A medida da quantidade de calor necessário para aumentar a
temperatura do material em 1ºC para cada unidade do seu peso. É assim a medida
de quanto calor pode ser armazenado no material. O calor específico dos vidros
é praticamente constante, variando, aproximadamente, em 25%.
2.3.3
Condutividade Térmica- Expressa a rapidez em que o calor passa através
de um material, medido aqui em W/mºC. Essa propriedade varia muito nos
materiais. O valor para o vidro de soda-cal é de 1,02 W/mºC., 1,13 para os
boros silicato e 1,38 para sílica fundida. São valores muito baixos comparados
com 71,0 W/mºC. do ferro e 218,5 do alumínio.
2.3.4
Expansão Térmica- É uma propriedade crítica no projeto, tanto por causa da
necessidade de criar espaço em torno dos elementos que expandem e por causa dos
problemas de diferenças de expansão entre materiais que são combinados para
trabalharem juntos num elemento de construção.
•2.3.5
Transmissão Térmica- As transferências térmicas através de uma parede por
condução, convecção e radiação são expressas pelo coeficiente K. Este
representa o fluxo de calor que atravessa 1m² de parede para uma diferença de
temperatura de 1ºC entre o interior e o exterior de um local. Quanto menor for
o coeficiente K menor são as perdas térmicas.
2.4
RESISTÊNCIA
A resistência de um material é uma
propriedade que não pode ser dimensionada observando-se apenas uma
característica. A capacidade de suportar compressão, tensão, flexão, torção e
outros esforços, não é uniforme nos materiais. O vidro, com sua composição
química extraordinária, e seu estado de semilíquido não cristalizado, é um
material quebradiço com qualidades de resistência muito diferentes.
2.5
RIGIDEZ
A rigidez é um conceito que depende
das qualidades intrínsecas do material de resistir às mudanças de forma, e na
forma que o material é encontrado. Uma importante medida de resistência é o
esforço de tensão, isso é conhecido como o Módulo de Young (E), sendo expresso
pela força sobre a unidade de área, ou seja, este módulo exprime a força de
tração necessária a aplicar num provete de vidro para lhe provocar um
alongamento igual ao seu comprimento inicial.
2.6
DUREZA
A dureza nos materiais, a resistência
à abrasão e penetração, etc. são difíceis de definir. O teste de “arranhão” usa
a escala de dureza Mohs. Os outros testes são uma medida de resistência à
penetração. O vidro é um material naturalmente duro, comparável com o aço, a
sua dureza é uma das propriedades mais importantes e a base do envidraçado. A
escala Mohs de 1 a 10 estende do talco (silicato de magnésio) com 1 ao diamante
com 10. O quartzo, uma forma natural de sílica tem uma dureza de 7. O vidro de
soda-cal tem uma dureza de 5,4-5,8.
2.7
DURABILIDADE QUÍMICA
A dureza do vidro corresponde à sua
durabilidade química. Ela é usualmente medida na escala de 1-4 e relata a
resistência à água, ácido e intempéries de água e dióxido sulfúrico. A corrosão
natural provocada pelas intempéries pode ser da ordem de 8 mícron por ano. Boro
silicato duros são particularmente resistentes ao ácido, e os vidros de
soda-cal podem ser feitos para resistirem ao ataque alcalino. A maioria dos
vidros, entretanto, é suscetível à cal e soluções concentradas de soda cáustica
e são atacados também por ácido hidro sulfúrico e fosfórico, que, como
resultado, são usados na água-forte.
2.8
RESISTÊNCIA ÀS INTEMPÉRIES
É o resultado da combinação da dureza
e durabilidade química, dependendo da resistência natural do material ao ataque
químico, e sua capacidade de suportar a limpeza necessária para o desempenho de
um transmissor de luz sem distorções.
2.9
DENSIDADE
Alta
densidade nos materiais proporcionam vantagens em certos aspectos (por exemplo,
no isolamento acústico), mas é geralmente desvantajoso quando se tratam do
manuseio, fixação e suporte. O vidro é um material razoavelmente leve com uma
densidade de 2,47 para o soda-cal e 2,2 para a sílica fundida. Vidros com
chumbo têm densidade entre 3 e 6. A adição de fluidos e modificadores
geralmente tem o efeito de aumentar a densidade.
2.10
RESISTÊNCIA AO FOGO
Os principais perigos para as pessoas
quando um incêndio é declarado são: o desabamento das construções ou parte
delas, bloqueando as pessoas em perigo; o fumo e os seus compostos tóxicos
representam o principal perigo pelos riscos de asfixia e, também, pelos
prejuízos e reações de pânico que podem provocar e, a radiação calorífera
intensa que pode causar queimaduras graves e mortais.
O desempenho ao fogo de janelas de
vidros convencionais é muito pobre. Até recentemente, o uso de vidro aramado
para obter integridade dos vidros sujeitos ao fogo, era o único modo efetivo de
proporcionar resistência. Agora, no entanto, o uso de materiais fortes de baixa
expansão tais como os vidros de boros silicato, e a criação e sistemas
sanduíches incorporando subcamadas resistentes ao fogo tem transformado o
potencial do envidraçado como uma barreira ao fogo.
2.10
ISOLAMENTO ACÚSTICO
Como
um componente de uma parede, o vidro deve satisfazer frequentemente exigências
de isolamento acústico. Instalado como uma folha simples o seu desempenho é
limitado, mas em sistema múltiplos podem proporcionar um bom isolamento,
particularmente se forem combinadas espessuras de vidro diferentes para
controlar as vibrações das frequências críticas e amortecimento seletivo do som
em frequências diferentes. Espaçamento adequado (substancialmente maior do que
o dos vidros duplos convencionais) com uma camada absorvente do som é
necessário para realizar um bom desempenho. Vidros laminados acústicos também
proporcionam um melhoramento do isolamento acústico comparado com um
envidraçado simples.
2.11
PROTEÇÃO AO CHOQUE
As tecnologias de fabricação, de
transformação e de montagem permitem dotar os vidros de excelentes capacidades
de resposta às tensões de segurança, nomeadamente em matéria de proteção ao
choque. Os potenciais choques são de diversas naturezas e os níveis de resposta
dos vidros dependem de do nível de energia transmitido no momento do impacto e
da superfície máxima de contato desenvolvida durante o choque:
2.11.1
Proteção Contra os Riscos de Lesões em Caso de Choques Acidentais- De modo
geral, os vidros correspondentes são aqueles cujo título normativo é
complemento da “segurança”. São eles os vidros de segurança temperado térmico,
vidro laminado e vidro laminado de segurança. Segundo regulamentações nacionais
o vidro aramado pode igualmente assegurar essa função.
2.11.2
Proteção Contra a Queda de Objetos em Coberturas- Os vidros laminados evitam a
passagem de objetos em caso de queda acidental, através de uma parede
envidraçada e oferecem uma estabilidade residual após um choque para proteger,
desta forma, as áreas de atividades e passagem expostas.
2.11.3
Proteção Contra a Queda de Pessoas: Vidros laminados também respondem a esse
domínio de aplicação.
NBR11706: Vidro na construção civil- Fixa as condições exigíveis para vidros planos aplicados na construção civil.
NORMAS TÉCNICAS SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS VIDROS
Aqui no Brasil existem varias normas e muitas vezes temos que fazer uma analise detalhada de duas ou mais normas para se chegar a um termo apropriado.
NBR11706: Vidro na construção civil- Fixa as condições exigíveis para vidros planos aplicados na construção civil.
NBR12067: Vidro plano Determinação da resistência à tração na flexão Especifica um método para a determinação da resistência à tração na flexão de vidros planos. Adicionalmente, apresenta-se o procedimento para a medição da flexão máxima oriunda do carregamento, a ser determinado sempre que houver interesse.
NBR7199: Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil- Fixa as condições que devem ser obedecidas no projeto de envidraçamento em construções.
NBR13866: Vidro temperado para aparelhos domésticos da linha branca- Os requisitos e os métodos de ensaios para vidros temperados utilizados em aparelhos domésticos da linha branca.
NBR14207: Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança-
Especifica os requisitos mínimos, em termos de segurança, para os materiais utilizados no projeto e na instalação de boxes de banheiro fabricados a partir de painéis de vidro de segurança para uso em apartamentos, casas, hotéis e outras residências.
Especifica os requisitos mínimos, em termos de segurança, para os materiais utilizados no projeto e na instalação de boxes de banheiro fabricados a partir de painéis de vidro de segurança para uso em apartamentos, casas, hotéis e outras residências.
NBR14488: Tampos de vidro para mesa - requisitos- Especifica as exigências de desempenho e as medidas lineares necessárias para garantir a segurança da aplicação de vidro plano maior que 0,02m², utilizado na composição de mesas que tenham o vidro como componente de uso aplicado à sua utilização.
NBR14564: Vidros para sistemas de prateleiras - Requisitos e métodos de ensaios- Especifica as exigências de desempenho e medidas lineares necessárias para garantir a segurança da aplicação de vidro plano utilizado na composição de sistemas de prateleiras que tenham o vidro como componente de uso aplicado à sua utilização.
NBR14696: Espelhos de prata- Esta norma especifica os requisitos gerais, métodos de ensaio para garantir a durabilidade e a qualidade dos espelhos de prata manufaturados; não se aplica a espelhos curvos e metalizados.
NBR14697: Vidro laminado- Esta norma especifica os requisitos gerais, métodos de ensaios e cuidados necessários para garantir a segurança e a durabilidade do vidro laminado em suas aplicações na construção civil e na indústria moveleira, bem como a metodologia de classificação deste produto como vidro de segurança.
NBR14698: Vidro temperado- Esta norma especifica os requisitos gerais, métodos de ensaios e cuidados necessários para garantir a segurança, a durabilidade e a qualidade do vidro temperado plano em suas aplicações na construção civil, na indústria moveleira e nos eletrodomésticos da linha branca. Também fornece a metodologia de classificação deste produto como vidro de segurança.
NBR15198: Espelho prata - Beneficiamento e instalação- Esta norma especifica os requisitos mínimos para beneficiamento e instalação dos espelhos prata, de maneira a garantir a durabilidade e a segurança do produto.
NBR15198: Espelho prata - Beneficiamento e instalação- Esta norma especifica os requisitos mínimos para beneficiamento e instalação dos espelhos prata, de maneira a garantir a durabilidade e a segurança do produto.
NBR NM293: Terminologia de vidros planos e dos componentes acessórios a sua aplicação- Esta norma estabelece os termos aplicáveis a produtos de vidro plano em chapas e acessórios usados na construção civil.
NBR NM294: Vidro float (Norma MERCOSUL)- tem por objetivo estabelecer as dimensões e requisitos de qualidade (em relação aos defeitos óticos e de aspecto) do vidro plano float, incolor e colorido, destinados aos mercados de arquitetura e decoração. Também estabelece a sua composição química e suas principais características físicas e mecânicas. Esta norma não se aplica ao vidro cortado em peças de tamanho adequado ao seu uso final.
NBR NM295: Vidro aramado (Norma MERCOSUL)- tem por objetivo especificar as dimensões e requisitos mínimos de quantidade em relação aos defeitos óticos, de aspecto e do arame metálico do vidro aramado. Não é aplicável ao vidro aramado cortado, apenas às chapas padrão.
NBR NM297: Vidro impresso (Norma MERCOSUL)- tem por objetivo especificar as dimensões e requisitos de qualidade em relação aos defeitos de aspecto de vidro plano impresso. Também estabelece a sua composição química e suas principais características físicas e mecânicas. Esta norma não é aplicável ao vidro impresso cortado.
NBR NM298: Classificação do vidro plano quanto ao impacto (Norma MERCOSUL)- Estabelece a classificação de produtos de vidro plano, os requisitos e os métodos de ensaio para o vidro plano ser considerado como vidro de segurança.
Fontes de pesquisa
ASHBY, Michael F., JONES, David R.H., ENGENHARIA DE MATERIAIS, vol.II, 3ª edição
CALLISTER,
Willian D. Jr. CIENCIAS E
ENGENHARIA DE MATERIAIS UMA INTRODUÇÃO, VII Edição,
SMITH, William F. PRINCIPIOS DE
CIENCIA DE ENGENHARIA DOS MATERIAIS, 3ª Edição
BARROS, Profª Carolina, KERMAN, Taviana
(Revisão), APOSTILA DE VIDROS- Materiais de Construção Edificações. Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia
Sul- Rio Grandense Campus Pelotas
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