PROPRIEDADES, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DO POLITETRAFLUORETILENO-PTFE (Teflon®).
Hamilton Britto[1], Celso
Costa Evangelista[2]
Resumo O Teflon® é um polímero
semicristalino que foi descoberto por Roy Punket enquanto manipulava o gás
tetrafluoreto de eteno, foi inicialmente aplicado na indústria bélica durante a
2ª Guerra Mundial na década de 1940 e ganhou importância na indústria civil
após 1954, quando o engenheiro Francês Marc Gregoire descobriu o processo para
aderência desse material ao alumínio e criou a panela antiaderente; já em 1969,
Robert Gore conseguiu expandi-lo formando uma membrana microporosa impermeável
utilizada na confecção de roupas impermeáveis. Possui 4 fases conhecidas
(pseudohexagonal, triclinico, ortorrômbico e hexagonal) e uma enorme
estabilidade térmica podendo ser encontrado em pós para moldagens por
compressão ou extrusão, para
lubrificações e dispersões aquosas. Tem excelente resistência química em
virtude da força de ligação dos átomos de flúor e do carbono que lhe confere
uma proteção quase que total.O Teflon® É
utilizado em uma infinidade de produtos
que vão de revestimentos anticorrosão, placas e chapas antiadesivas, fitas,
películas, isolantes para cabos coaxiais, placas, tarugos, juntas industriais,
materiais de vedação, etc.
Palavras-chave:
Politetrafluoretileno. Teflon®. Termoplásticos. Fluoroplásticos. PTFE.
1 INTRODUÇÃO
Em 1938, Roy Plunket (1910-1994) observou um pó branco dentro de um
cilindro que originalmente continha gás tetrafluoreto de eteno, descobrindo o
Teflon®. (Canevarolo,2002); Utilizando o gás refrigerante tetrafluoretileno
(TFE), Plunket e seu assistente
guardaram o gás em um cilindro pressurizado mantendo-o em gelo seco; para
surpresa do cientista e do assistente no dia seguinte, o gás não saiu, então o
cilindro foi cortado no meio e estava completamente revestido com um pó branco
no seu interior , pois. Estudando o
ocorrido, concluíram que tratava-se de
um polímero formado por cadeia de 100.000 átomos de carbono ligados a 2 átomos
de flúor (CND, 2015).
Na década de 1940, durante a
Segunda Guerra Mundial, cientistas envolvidos com os militares dos Estados
Unidos se empenharam em encontrar materiais para proteger gaxetas, válvulas e
instalações contra a corrosão. O PTFE foi utilizado em uma gama de aplicações
militares, incluindo seu uso como parte do Projeto Manhattan (desenvolvimento
da bomba atômica), o que levou a um aumento do uso do PTFE e à demanda por
produção em escala internacional. Em 1954, Marc Gregoire, um engenheiro
francês, descobre um processo para aderir o Teflon ao alumínio e aplica o
conceito para criar a panela antiaderente. Em 1969, Dr. Robert Gore encontrou
um meio de expandir o PTFE para formar uma membrana “microporosa”. A nova
membrana é usada para formar tecidos para roupas especiais, sendo caracterizada
por impedir que a água exterior possa entrar, sendo impermeável, e por outro
lado que o suor interno evaporado possa sair, resultando em uma vestimenta
transpirável(CND, 2015).
2 POLÍMERO
Segundo
Canevarolo (2002) a palavra polímero origina-se da junção das palavras em grego
poli (muitos) e mero (unidade de repetição), então, completa o autor, que é um material
orgânico (ou inorgânico) de alta massa molar (acima de dez mil, podendo chegar a dez milhões),
cuja estrutura consiste na repetição de pequenas unidades (meros); uma
macromolécula formada pela união de moléculas simples ligadas por ligação
covalente e, dependendo do tipo do monômero (estrutura
química), do número médio de meros por cadeia e do tipo de ligação covalente,
os polímeros podem ser divididos em três
grandes classes: Plásticos, Borrachas e
Fibras.
Para Piatti (2005) a matéria prima que
origina o polímero é o monômero, uma molécula com uma (mono) unidade de
repetição e de acordo com seu comportamento mecânico os polímeros podem ser
classificados como elastômeros, fibras, plásticos rígidos ou plásticos
flexíveis .
Observa Silva Telles (2005) que para os materiais poliméricos, os picos
de temperatura, mesmo quando de curta duração, tem efeito muito mais grave do
que para os metais. Sendo que para os poliméricos, uma única subida anormal de temperatura pode ser desastrosa e o
politetrafluoretano resiste a
temperaturas bem mais altas, podendo
trabalhar em temperaturas de até 290 °C.
Para Callister (2012) a maioria dos
polímeros são cadeias de átomos de carbono que compõem moléculas muito grandes,
onde vários átomos ou radicais estão lateralmente ligados e que essas
macromoléculas podem ser compostas por meros, que são entidades estruturais
menores que se repetem ao longo da cadeia. Para ele, o grau de cristalinidade
de um polímero depende da taxa de resfriamento durante o processo de
solidificação, assim como da configuração da cadeia. Ainda em Callister,
aprendemos que as propriedades e o comportamento dos polímeros são
influenciados por suas características químicas e estruturais como o grau de
cristalinidade dos semicristalinos em relação à sua densidade, rigidez,
resistência e ductilidade; o grau de ligações cruzadas, em relação à rigidez
dos materiais com características de borracha e pela química dos polímeros — em
relação às temperaturas de fusão e de transição vítrea.
2.2
CLASSIFICAÇÃO
Silva Telles (2005), distingue os materiais poliméricos em 3
classes: plásticos termoplásticos (thermoplastics); plásticos termoestáveis (thermossetings que
também podem ser chamados de termofixos ou termorrígidos e nos elastômeros
(borrachas). Callister (2012) propõe classificar os materiais poliméricos em
função da resposta mecânica em temperaturas elevadas, de acordo com a sua tese,
esses materiais teriam, então, duas subdivisões: termoplásticos (ou polímeros
termoplásticos) e o termofixos (ou polímeros termofixos).
Segundo Canevarolo
(2002), para classificar os polímeros
são usualmente empregadas quatro diferentes classificações: a) quanto à
estrutura química; b) ao seu método de preparação; c) às suas características
tecnológicas; e d) quanto ao seu comportamento mecânico. Para Fleds (2011) os
polímeros exibem dois tipos de morfologia no estado solido: amorfo e
semicristalino, podendo ser (ainda) naturais ou sintéticos. Já quanto a fusibilidade, os sintéticos
podem ser classificados em termoplásticos (podem ser fundidos por aquecimento e
solidificados por resfriamento) e termorrígidos (infusíveis e insolúveis, não
permitem reprocessamento).
Quadro 1. Classificação dos Polímeros
Critério
|
Classe dos Polímeros
|
Origem do Polímero
|
Natural, Sintético
|
Número de monômeros
|
Homopolímero, Copolímero
|
Modo de preparação do polímero
|
Polímero de adição, Polímero de
condensação.
Modificação de outro polímero
|
Estrutura química da cadeia
polimérica
|
Poli hidrocarboneto, Poliamida,
Poliéster, etc.
|
Encadeamento da cadeia polimérica
|
Sequência cabeça-cauda. Sequência
cabeça-cabeça, cauda, cauda.
|
Configuração dos átomos da cadeia
polimérica
|
Sequência cis, Sequência trans.
|
Taticidade da cadeia
polimérica
|
Isotático, Sindiotático, Atático.
|
Fusibilidade ou
solubilidade do polímero
|
Termoplástico, Termorígido
|
Comportamento
mecânico do polímero
|
Borracha ou elastômero; Plástico
|
Fonte:
Mano e Mendes (1999).
2.3 TERMOPLÁSTICOS
Relata-nos Callister (2012) que os
termoplásticos são fabricados através da aplicação simultânea de pressão e calor;
amolecem quando são aquecidos (e por fim se liquefazem) e endurecem quando são
resfriados e que esses processos são totalmente reversíveis. Quando aplicada a
tensão, as forças de ligação secundárias diminuem, facilitando o movimento
relativo das cadeias adjacentes quando elevada a temperatura das moléculas. Esse processo pode ser repetido diversas
vezes,. Ressalta o autor de “Ciência dos Materiais”, que se a temperatura for
aumentada a ponto de tornar violentas as vibrações moleculares, as ligações
covalentes principais se quebraram resultando em uma degradação irreversível
pelo fato dos termoplásticos serem relativamente moles e dúcteis. Para Shigley (2005)
O termo termoplástico é empregado para designar qualquer plástico que flui ou
que é moldável quando recebe calor; às vezes, esse termo é também aplicado a
plásticos moldáveis sob pressão, os quais, por sua vez, podem ser remoldados
quando aquecidos.
2.4
FLUOROPLÁSTICOS
Segundo Veiga (2003), a família fluoroplásticos são resinas
termoplásticas com alguns ou todos os seus hidrogênios substituídos por átomos
de flúor e é composta do politetrafluoretileno (PTFE), do etileno-propileno
fluorado (FEP), do perfluoralcooloxitileno (ECTFE), do
etileno-tetrafluoretileno (ETFE), do fluoreto de polivinilideno (PVDF), do
fluoreto de polivinila (PVF) e dos copolímeros de etileno halogenados e
fluorados.
As principais características dos plásticos fluorados são sua inércia
química, sua estabilidade em altas e baixas temperaturas, excelentes
propriedades elétricas e baixo coeficiente de atrito. As resinas são
relativamente moles. Sua resistência a desgastes e deformações é baixa, porém
essa característica pode ser facilmente melhorada pela mistura das resinas com
fibras inorgânicas ou materiais em partículas. Por exemplo, a resistência ao
desgaste do PTFE, que é relativamente baixa para seu uso como material de
mancais é contornado pela adição de produtos como fibras de vidro, carbono,
bronze ou óxidos metálicos. Dessa forma, sua resistência ao desgaste é melhorada
em até 1000 vezes, enquanto que seu coeficiente de atrito é somente ligeiramente
aumentado (Polifluor, 2015)
Para Silva Telles (2005, da família dos fluoroplásticos fazem parte um
grupo de plásticos não combustíveis com resistência química superior aos demais
plásticos e sua resistência à temperatura, afirma o autor, vai de -170° a 290°.
A resistência mecânica desses materiais é bastante baixa e o seu preço é
elevado, possuem ótima resistência à abrasão e seu coeficiente de atrito é
baixo; são inertes a quase todas as substâncias químicas comerciais.
Fleds (2011) classifica O PTFE na categoria dos fluoropolímeros, que vem a ser um polímero baseado em
fluorocarbonos com fortes ligações carbono–flúor, similar ao polietileno, semicristalino onde os
átomos de hidrogênio estão substituídos por flúor, a fórmula química do
monômero (tetrafluoretileno) é (CF2)2, e o polímero (politetrafluoretileno) é
(CF2-CF2)n. Para o autor, dependendo do
tipo de tratamento térmico utilizado
durante a fabricação, o peso molecular do PTFE pode ser alterado através
da mudança do percentual cristalino e, a depender da pressão e da temperatura .
4 são as fases conhecidas do PTFE :
pseudohexagonal, triclínico, ortorrômbico e hexagonal, podendo ser encontrado
em pós granulados para moldagens por compressão ou extrusão ou em pós para
extrusões com lubrificações em dispersões aquosas
Segundo Mano (2007) a excepcional resistência a solventes e reagentes
químicos; a elevada resistência térmica;
o coeficiente de fricção muito baixo que lhe confere uma baixa aderência e suas boas propriedades mecânicas,
mesmo a temperaturas muito baixas são as propriedades mais marcantes do TFPE e
os produtos mais conhecidos fabricados
com esta substâcia são: Fluon®,
Halon®, Hostaflon® e Polyfluon® que são
fabricados pela ICI, pela Allied, pela Hoescht, pela Diakin
respectivamente. Além do mais conhecido que é o Teflon, fabricado pela Du Pont
que vem a ser o objeto deste artigo
Comentando sobre os motivos que
levam o PTFE a ser o polímero mais usado para a fabricação de juntas de vedação
industrial, Veiga (2003) conclui que isso se dá em razão da sua excepcional resistência
química, sendo que os metais alcalinos em seu estado líquido e o flúor livre
são os únicos materiais que podem atacá-lo. Canto (2007) afirma que esta
resistência química provém da força de ligação dos átomos de flúor e carbono e
a proteção quase que total da cadeia de carbono pelos átomos de flúor
2.6 TEFLON®
Teflon® é um polímero de PTFE desenvolvido pela DuPont que, em razão da sua excepcional resistência
química, é o plástico mais usado para vedações industriais. Os únicos produtos
químicos que atacam o Teflon® são os metais alcalinos em estado líquido e o
flúor livre. O Teflon® possui também excelentes propriedades de
isolamento elétrico, anti-aderência, resistência ao impacto e baixo coeficiente
de atrito. Os produtos para vedação
são obtidos a partir da sinterização, extrusão ou laminação do PTFE puro ou com
aditivos, resultando produtos com características diversas(Polifluor 2015)
Para Canto (2007), o Teflon® ainda que fazendo parte do grupo dos termoplásticos,
apresenta uma elevada viscosidade no estado fundido, mesmo em comparação com
outros polímeros, o que impede a sua utilização em moldagem por injeção e para
processá-lo, são utilizadas técnicas de
compactar o pó polimérico a frio e, posteriormente, recorrendo-se à
sinterização seguida da usinagem para obtenção do produto com as dimensões
finais que poderá ser utilizado puro ou reforçado com cargas (aditivos).
3
APLICAÇÕES INDUSTRIAIS
A Polifluor (2015), licenciada da Du Pont no Brasil, em publicação
técnica informa que as propriedades elétricas, químicas e mecânicas das resinas
PTFE orientam na definição do seu uso e aplicação que podem ser classificadas em
cinco categorias: componentes de sistemas de transportes de fluidos como
gaxetas, peças moldadas de ajuste e vedação, anéis de vedação para êmbolos e
cotovelos; portadores de cargas estáticas e dinâmicas tais como mancais,
rolamentos de esfera e de roletes, buchas para mancais de escorregamento; condicionamentos
de superfícies tais como placas e chapas antiadesivas, fitas ou películas e
filmes sensíveis a pressão, revestimentos de cilindro contráteis sob a ação do
calor; elétricas e eletrônicas tais como
isolantes para cabos coaxiais, acessórios e cabos condutores para motores,
suportes para suspensão; fiação para
painéis, cabos industriais de sinalização e controle e componentes de
alimentação e distanciamento e componentes para sistemas térmicos, entre outras
aplicações.
3.1
REVESTIMENTOS INDUSTRIAIS
A CND (2015), outra licenciada da
patente Teflon® pela Du Pont, garante que os revestimentos industriais por ela
fabricados previnem a corrosão e normalmente não são afetados em ambientes
químicos e somente os metais alcalinos em estado de fusão e os agentes
fluorados altamente reativos podem afetá-los quimicamente. Possui grande
resistência ao calor, o que permite a sua utilização em altas temperaturas
sendo possíveis trabalhos contínuos em temperaturas intermitentes até 315°C sem
perda das propriedades físicas; sua estabilidade criogênica previne a formação
de gelo; podem ser usados a baixas
temperaturas como -230°C; suas propriedades dielétricas os tornam um ótimo
isolante elétrico ou condutivo e oferecem excelentes propriedades isolantes,
baixo fator de dissipação e alta resistividade superficial.através de técnicas
especiais, podem ser eletrocondutivos e usados como revestimentos
anti-estático, a sua ótima resistência dielétrica o torna um excelente isolante
elétrico também em altas temperaturas, baixo coeficiente de fricção; lubrificação a seco permanente, tem o mais
baixo coeficiente de fricção de qualquer sólido conhecido, que varia de 0.05 a
0.20.dependendo da carga, velocidade e tipo de revestimento Teflon®
utilizado, em virtude da sua aderência, previne
o acúmulo e a fixação de resíduos, oferecem, ainda, uma rápida e completa
desmoldagem do material, poucas substâncias se aderem permanentemente a este
revestimento, e oleofobia / hidrofobia (não se molham), prevenindo o acúmulo de
óleos e líquidos, limpeza é mais fácil e não há resíduos e podem ser
auto-limpantes, em alguns casos.
Tabela 2- Propriedades Físico - Químicas dos
Revestimentos Industriais Teflon® da DuPont
Propriedades Físicas
Coeficiente de Atrito Dinâmico |
Unidade
- |
Teflon® PTFE
0,05 - 0,10 |
Teflon® FEP
0,08 - 0,30 |
Teflon® PFA
0,1 |
Teflon® ETFE
0,30 - 0,40 |
Teflon®-S
- 0,1 - 0,4 |
Teflon®
Mét. A.S.T.M
- D 1894 |
Estático
|
-
|
0,12 -
0,15
|
0,12 -
0,20
|
0.20
|
0,24 -
0,50
|
0,15 -
0,35
|
D1894
|
Dureza
|
Shore D
|
50-65
|
56
|
60
|
72
|
60-90
|
D785
|
Elongação
|
%
|
300-500
|
325
|
300
|
300
|
1-150
|
D1708
|
Gravidade Específica
|
¨
|
2,15
|
2,15
|
2,15
|
1,76
|
-
|
D792
|
Módulo de Flexão
|
MPa
|
496
|
586
|
586
|
2
|
-
|
-
|
Resist. à Abrasão (Sliding Arm)*
|
mg
|
7,9-9,7
|
11,1-15,2
|
N/D
|
13,4
|
N/D
|
-
|
Resistência à Intempérie
|
Muito Bom
|
Excelente
|
Excelente
|
Excelente
|
Limitado
|
-
|
|
Resistência à Tração
|
MPa
|
21-34
|
23
|
25
|
40-46
|
20-80
|
D638
|
Resistência ao Dobramento
|
ciclos
|
>1.000.000
|
5.000-80.0000
|
10.000-500.000
|
10.000-27.000
|
-
|
D2176
|
Resistência ao Impacto
|
J/m
|
189
|
Não se
rompe
|
Não se
rompe
|
Não se
rompe
|
-
|
-
|
Resistência ao Risco
|
-
|
-
|
|||||
Inicial **
|
Kg
|
5,7-7,0
|
5,1-11,4
|
N/D
|
N/D
|
-
|
-
|
Total ***
|
Kg
|
7,3 - 10,7
|
8,5 - 13,2
|
N/D
|
N/D
|
-
|
-
|
Absorção de Água (em 24 hrs)
|
%
|
<0,01
|
<0,01
|
<0,03
|
<0,03
|
-
|
D570
|
Resistência a Detergentes²
|
-
|
-
|
|||||
em Aço Jateado
|
h
|
24
|
480
|
N/D
|
N/D
|
-
|
-
|
em Alumínio
|
h
|
264
|
744
|
N/D
|
N/D
|
-
|
-
|
em Alumínio Jateado
|
H
|
624
|
600
|
N/D
|
N/D
|
-
|
-
|
Fonte
CND Revestimentos (2015)
Observações
*
Teste de Sliding Arm: 1.000 ciclos, carga de 500g,
lixa 400, superfície de 35,5 cm²
* * Primeiro traço do substrato * * * Remoção total do filme
* * * *Baseado num ciclo de teste de 20.000 horas
1 - 5% NaCl a 35°C, horas de exposição até a falha
2- Horas de exposição até a falha
N/D- Não Disponível
* * Primeiro traço do substrato * * * Remoção total do filme
* * * *Baseado num ciclo de teste de 20.000 horas
1 - 5% NaCl a 35°C, horas de exposição até a falha
2- Horas de exposição até a falha
N/D- Não Disponível
3.2 JUNTAS INDUSTRIAIS
Segundo Veiga (2003), 4 são os
fatores básicos que influenciam na
escolha do material de uma junta industrial: pressão de operação, força dos
parafusos, resistência ao ataque químico do fluído (corrosão) e a temperatura
de operação; sendo que o fator de serviço
(Pressão X Temperatura) é um bom ponto de partida para selecionar o
material de uma junta. Segundo o mesmo autor, ele é obtido multiplicando-se o
valor da pressão em kgf/cm² pela
temperatura em graus centígrados. O PTFE possui também excelentes propriedades
de isolamento elétrico, anti-aderência, resistência ao impacto e baixo
coeficiente de atrito. Os produtos para a vedação são obtidos a partir da
sinterização, extrusão ou laminação do PTFE puro ou com aditivos, resultando
produtos com diferentes características.
Diversos tipos de placas de PTFE são usadas na fabricação de juntas para
aplicações nas quais é necessária elevada resistência ao ataque químico;
prossegue o autor (Veiga, 2003), afirmando que a resistência à corrosão pode
ser influenciada por vários fatores, principalmente: pela concentração do
agente corrosivo, pois nem sempre uma maior corrosão torna um fluído mais
corrosivo; pela temperatura do agente corrosivo, pois em geral, temperaturas
mais elevadas aceleram a corrosão e pelo
ponto de condensação, pois a passagem do fluído com presença de enxofre
e água pelo ponto de condensação, provocam a formação de condensados altamente
corrosivos, quando os gases são provenientes de combustão.
3.3 FITAS
EXPANDIDA COM ADESIVO
As fitas expandidas fabricadas com TPFE e adesivadas com silicone
simples-face com alta resistência à abrasão e a altas temperaturas, com espessuras variando entre 0,09 a 0,17 mm,
suportam temperaturas que vão de – 73 a 204 °C
sendo usadas como elemento antiaderente de máquinas seladoras de embalagens
plásticas e em peças injetadas, para
selagem e mascaramento em que necessite de resistência química e como
revestimentos de: esteiras de transporte de alimentos, antiabrasivo em calhas e
dutos de transporte de produto em processo, de cilindro de máquinas de extrusão
a quente de polietileno, de cilindros de borracha ou aço para evitar abrasão e
aumentar o deslizamento (indústria de embalagens, de papel e têxtil), de cabos e outros componentes que deverão estar sujeitos
a alta temperatura, de cilindro de máquinas de extrusão a quente de
polietileno, de esteiras e guias que necessitem de superfície antiaderente (3 M, 2015).
São fabricadas através de processo especial a partir de 100% PTFE
expandido, tendo sua estrutura a base de
fibras uniformes e alinhadas em uma única direção. As fitas planas são
excelentes para vedações em locais frágeis (como por exemplo, alumínio fundido,
PVC, PRFV, cerâmica, vidro, entre outros), são facilmente adaptáveis em
qualquer tipo de união flangeada, mesmo com grandes irregularidades e possuem
fita adesiva para posicionamento da fita ao local da aplicação. Podem ser
aplicadas nas mais severas condições de serviço, principalmente em fluidos
quimicamente agressivos (3 M, 2015).
CONCLUSÃO
O
Politetrafluoretileno (PTFE) oferece uma excelente combinação de propriedades
químicas, elétrica, mecânica e térmica. Resiste à agentes corrosivos, é
quimicamente inerte. Poucos são os produtos capazes de alterar sua estrutura,
nada adere a sua superfície, mas, sendo necessário, com um tratamento
superficial, pode se tornar aderente a qualquer outro material. É atóxico,
resistente à temperaturas variadas de -230°C a 315° e é um excelente isolante
elétrico. Suas características originais podem ser alteradas com a adição de
cargas de alguns materiais, entre eles: o bissulfeto de molibdênio, o bronze, o
carbono, a fibra de vidro e o grafite. A pulverização líquida ou a pó é o processo
mais conhecido de revestimento de metais com Teflon®, que é feito por
sinterização em alta temperatura (cerca de 400°C) formando uma fina camada
sobre o metal que vai de 12 a 500 miligramas dependendo das exigências
requeridas pelo material a ser revestido.
O Teflon® é
largamente utilizado nas indústrias química, aérea, aeroespacial, de transporte
e movimentação de cargas, de tecnologia nuclear e de vácuo, de instrumentação,
alimentícia, eletroeletrônica, automotiva e em outras ramificações da indústria
para revestimentos de tanque, corpo de bombas, pistões, sondas, peças de
deslize, conectores, sede de válvulas, vedações, chapa de filtro, anéis de
vedação, assento de válvulas, selos mecânicos, gaxetas, retentores, mancais,
camisas de válvulas, diafragmas, tensores de corrente, guias, cintas tipo
cunha, isoladores, parafusos, buchas, rolos, porcas, arruelas, tecnologia
laser, medicina, filtros para tratamento de água, películas antiderrapantes e
inúmeros outros produtos.
Comparado
com outros materiais, o Teflon® pode ser considerado como pouco conhecido e
pouco utilizado em processos industriais. Em princípio são considerados
onerosos, mas o aumento da vida útil das máquinas, peças e equipamentos
revestidos são algumas das vantagens do uso desta tecnologia que compensam os
investimentos aplicados.
REFERÊNCIAS
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W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução, 8ª ed., Rio de Janeiro,
LTC, 2012.
CANEVAROLO Jr, S. Ciência
dos polimeros: um testo básico para tecnólogos e engenheiros 2ª Edição - São
Paulo: Artliber Editora, 2002.
CANTO,
Rodrigo Bresciani. Estudo teórico e experimental dos processos de compactação e
sinterização do politetrafluoretano (PTFE) Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo/École Normale Supérieure de Cachasn- França, 2007.
Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo/École Normale Supérieure de Cachasn- França, 2007.
CND
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disponível em: http://www.cndrevestimentos.com.br/teflon, acesso em 25/04/15 às 16h37minh.
FLEDS,
Wiliam Reis Dias Comportamento Mecânico Do Polímero PTFE Sujeito A Diferentes
Taxas De Deformação, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói,
21 De Novembro De 2011.
MANO.
Eloisa Biassoto; Polímeros como Materiais de Engenharia. 4ª ed. – São Paulo;
Blucher, 2007
MANO.
Eloisa Biassoto; MENDES. Luís Cláudio. Introdução a Polímeros. 2. ed. ver. e
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PARKER,
Catálogo de Vedações Industriais e Isolantes Térmicos, disponível em: acesso
em 21/04/15 às 23h47minh.
PIATTI,
Tânia Maria. Plásticos : Características, Usos, Produção E Impactos Ambientais
/ Tânia Maria Piatti, Reinaldo Augusto Ferreira Rodrigues. - Maceió: EDUFAL,
2005.
POLIFLUOR
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TELLES,
Pedro Cardoso da Silva Materiais para equipamentos de processo – 6ª ed. – Rio
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VEIGA,
José Carlos. Juntas Industriais. Edição
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3
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http://solutions.3m.com.br/ acesso em 23/04/2015 às 00:27h.
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