MATERIAIS PARA FERRAMENTAS DE CORTE
CONSIDERAÇÕES
Evolução:
• 50 mil
anos atrás – Pedras
• 1868 –
Aços Ferramenta
• 1900 –
Aço Rápido
• 1922 –
Ligas Fundidas
• 1926 –
Metal Duro
• 1938 –
Cerâmicas
• Década de
70 – Materiais Ultraduros
Escolha
da Ferramenta:
•
Matéria-prima
•
Volume de produção
•
Velocidade
•
Temperatura
•
A
ferramenta deve ser mais dura nas temperaturas de trabalho que o metal estiver
sendo usinado (“Dureza a Quente”);
•
A ferramenta deve ser dura, mas não a ponto de se tornar quebradiça e de perder
resistência mecânica (tenacidade);
•
O material da ferramenta deve ser resistente ao encruamento (endurecimento do
metal após ter sofrido deformação plástica resultante do processo de
conformação mecânica) e a micro soldagem (adesão de pequenas partículas de
material usinado ao gume cortante da ferramenta).
As
principais propriedades que um material de ferramenta de corte deve apresentar
são listadas abaixo, não necessariamente em ordem de importância. Dependendo da
aplicação, uma ou mais propriedades podem se destacar:
· Alta dureza;
. Tenacidade suficiente para evitar falha por fratura
· Alta resistência ao desgaste;
· Alta resistência à compressão;
· Alta resistência ao cisalhamento;
· Boas propriedades mecânicas e térmicas a temperaturas
elevadas;
· Alta resistência ao impacto;
· Ser inerte quimicamente.
MATERIAIS
1
- Aço-carbono: utilizados em baixíssimas velocidades de corte,
no ajuste de peças.
a) Comum: até 200° C (limas)
b) Com elementos de liga (V, Cr, Mo e W): até
400° C (brocas, machos, etc.).
2
- Aço-rápido: O 1° grande impulso para materiais para
ferramentas de corte. São indicados para operações de baixa e média velocidade
de corte, dureza a quente até 600° C. Seus elementos de ligas são o W, Co, Mo,
Cr e V;
3
- Ligas Fundidas: têm um elevado teor de Co, contendo também W e
Cr, apresentam um bom rendimento na usinagem do FoFo, dureza a quente de 900° C
4
- Metal duro: O 2° grande impulso compreende o WC + Co,
fabricado pelo processo de sinterização (metalurgia do pó: processo pelo qual
os pós são misturados e levados à condições controladas de pressão e calor). O
metal duro pode ser encontrado no mercado principalmente na forma de pastilhas
intercambiáveis, sem revestimento, ou revestidas com TiC, Al2O3. Existem 3
classes de metais duros:
•
Classe P: (WC + Co com adições de TiC, TaC e às vezes NbC ) aplicamos
a usinagem de aços e materiais que produzem cavacos longos;
•
Classe K: (WC + Co puros) usinagem do FoFo e das ligas não ferrosas
que produzem cavacos curtos;
•
Classe M: intermediária.
As ferramentas de cortes de metal
duro operam com elevadas velocidade de corte, temperaturas até 1300°C.
5
– Cermets: Grupo intermediário entre os metais duros e as cerâmicas.
Constituído por TiC e TiN e geralmente tem o Ni como elemento ligante. Devido à
baixa condutividade térmica e ao alto coeficiente de dilatação, os cermets têm
um baixo coeficiente de resistência ao choque térmico, bem inferior ao do metal
duro. Daí a explicação do cermets só ser eficiente em baixos avanços, pequenas
profundidades de corte e altas velocidades (operações de acabamento) na
usinagem dos ferrosos.
6-
Cerâmicas: são constituídas basicamente de grãos finos de Al2O3 Si3N4
sinterizados, a velocidade de corte de 3 a 6 vezes maiores que a do metal duro.
Elas se dividem basicamente em dois grandes grupos:
• A base
de Al2O3 (Alumina sinterizada);
• A base
de Si3N4 (mesma resistência ao desgaste, porém com uma tenacidade superior).
Principais
características das ferramentas cerâmicas:
•
Capacidade de suportar altas temperaturas (materiais refratários);
•
Alta resistência ao desgaste (alta dureza);
•
Baixa condutividade térmica;
•
Boa estabilidade química (inércia química);
No
passado o principal limitador das ferramentas cerâmicas era a sua fragilidade.
Hoje com a introdução no mercado de cerâmicas mistas, reforçadas com SiC
(Whiskers) e a base de nitreto de silício o grau de tenacidade destas
ferramentas melhorou significativamente, podendo ser usadas em cortes
interrompidos (fresamento) em altíssimas velocidades de corte e avanço. No
entanto, o uso de fluido de corte deve ser evitado, se requerido, deve-se
usa-lo em abundância na aresta de corte.
7 - Ultra-duros: São
materiais com 3000 HV. São considerados ultraduros:
•
Diamante natural:
•
Diamante sintético monocristalino;
•
Diamante sintético poli cristalino (PCD);
•
Nitreto cúbico de boro sintético monocristalino (CBN);
•
Nitreto cúbico de boro sintético poli cristalino (PCBN);
Devido
à sua fragilidade, risco de falha sob impacto e também seu alto custo, o
diamante natural tem a sua aplicação limitada como ferramenta de corte,
principalmente após o surgimento dos diamantes e CBN sintéticos, que podem
substituí-lo com bastante eficiência. Tanto os PCDs como os CBNs podem ser
encontrados apenas como uma camada de 0,5 a 1,0 mm, que são brasadas geralmente
no metal duro (WC + Co), ou então, mais raramente, como ferramentas totalmente
sólidas.O diamante sintético policristalino (PCD) não é usado para usinar
materiais ferrosos, há desintegração química quando as temperaturas ultrapassam
700 °C. Ao contrário, o CBN tem-se mostrado excelente na usinagem dos aços,
ligas de níquel, titânio, FoFo, etc.
Ele mantém sua
estabilidade química até a temperaturas da ordem de 1200 °C. O PCBN
apresenta uma tenacidade melhor, chegando próxima à do metal duro. O que limita
a aplicação dos ultra-duros é o seu alto custo. O preço destas pastilhas está
em torno de 80 vezes o preço do metal duro e de 15 a 25 vezes o preço da
cerâmica. Os preços
médios destas ferramentas variam de US$80,00 a US$120,00 cada aresta.
Entretanto, este custo tem baixado nos últimos anos.
REVESTIMENTO
A
deposição de revestimentos em ferramentas de corte tem como principal objetivo
o aumento da vida das ferramentas. Outros efeitos positivos, tais como o
aumento da velocidade de corte (o que resulta em uma maior produtividade),
redução de forças de corte (menor potência consumida) e redução da tendência à
adesão, também podem ser obtidos. As primeiras referências sobre o estudo dos
revestimentos para ferramentas de corte datam da segunda metade da década de
1960. As principais ferramentas revestidas são compostas por um substrato
relativamente tenaz de metal duro ou aço-rápido sobre o qual é aplicada uma
fina camada de material resistente ao desgaste com granulometria extrafina
(carbonetos, nitretos, carbonitretos e óxidos). De forma geral, a utilização de
revestimentos conferem certas características às ferramentas de corte como:
•
Resistência ao calor e ao desgaste;
• Diminuição do choque térmico no substrato;·.
•
Usinagem com velocidades e avanços mais altos;
•
Possibilidade de corte a seco ou com mínima quantidade de fluido de corte;
•
Melhor acabamento superficial da peça;
•
Redução do atrito;
•
Redução e até mesmo ausência da aresta postiça de corte;
•
Redução do desgaste de cratera e de flanco.
A
baixa condutividade térmica dos revestimentos funciona como uma barreira entre
o material da peça e o substrato da ferramenta. Devido a esta barreira, a carga
térmica no substrato, o atrito, a adesão, a difusão e a oxidação podem ser
reduzidos e a resistência à abrasão aumentada.
As ferramentas podem ser
revestidas basicamente por dois processos:
•
Processo de deposição química a vapor - CVD (Chemical Vapour Deposition): a
deposição dos revestimentos ocorre por meio de reações químicas em uma faixa de
temperatura entre 900 e 1100°C;
•
Processo de deposição física a vapor - PVD (Physical Vapour Deposition): a
deposição ocorre por meio de vapores gerados no interior de um forno a baixa
pressão, em temperaturas em torno de 500° C. O processo PVD traz benefícios
como a possibilidade de revestir substratos de aço-rápido (devido à temperatura
relativamente mais baixa), obtenção de revestimentos com granulometria mais
fina (possibilidade de revestir cantos vivos).
PROCESSO
DE APLICAÇÃO
|
||
PVD
|
CVD
|
|
Revestimento
|
TiN, TiAlN,TiCN, WC/C, CrN, MoS2
|
Diamante, SiC, Al2O3, TiC, TiN
|
Principais revestimentos da atualidade e o processo de deposição.
Uma
evolução no processo de revestimento surgido na década de 80 foi o revestimento
multicamada, formado por uma combinação de TiC, TiN, TiCN, Al2O3 e
ocasionalmente HfN que resultam em um revestimento de espessura total próxima a
10 μm. O desenvolvimento dos revestimentos multicamadas possibilitou o aumento
da vida e campo de aplicação das ferramentas.
REFERÊNCIAS
CALLISTER,
Jr., W. D. – Ciência e Engenharia dos Materiais : Uma Introdução .
Tradução Sérgio Murilo Stamile Soares – Rio de Janeiro: LTC, 2008.
DINIZ,
A. E. – Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 3 ed. São Paulo: Artliber
Editora, 2001.
STEMMER,Caspar Erich, Ferramentas de Corte: ferramentas simples de tornear,
Florianópolis: Editora da UFSC, 1987
LUERKE, Prof. Rogério Luerke, Fundamentos da Usinagem. Apostila do
curso Técnico da Escola Técnica Tupy, Joinville, 1976
MACHADO, Álisson Rocha, Teoria da Usinagem dos Materiais- Alexandre Mendes Abrão- Mario
Bacci da Silva; Rosalvo Tiago Ruffino,
Revisor Técnico- São Paulo, Editora Blucher, 2009
TELECURSO 2000 Profissionalizante. Mecânica: Processos de Fabricação Vol.
2. Rio de Janeiro, Ed. Globo
STOETERAU, Rodrigo Lima Processos de Usinagem Materiais de Ferramentas
STOETERAU, Rodrigo Lima Processos de Usinagem Materiais de Ferramentas
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